29 de outubro, de 2020 | 09:00

Vacinação contra a poliomielite tem baixa adesão

Fernando Frazão/Agência Brasil
A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda, mas pais têm negligenciado a imunização dos pequenos  A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda, mas pais têm negligenciado a imunização dos pequenos

A Campanha Nacional de Vacinação, iniciada no dia 5 de outubro, não teve grande adesão no país, assim como nas cidades da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA). No Brasil, a campanha será encerrada no dia 30, mas um ponto facultativo pode alterar a data nas cidades da RMVA, antecipando o fim da mobilização para esta quinta-feira (29). De um modo geral, a vacinação nas unidades de saúde é realizada diariamente, não havendo um término no calendário, mas algumas datas são previstas no calendário nacional pelo Ministério da Saúde para estimular a atualização do cartão. Desde o início da campanha até o dia 26 deste mês, última segunda-feira, apenas 35% das crianças (4 milhões) foram vacinadas contra a poliomielite em todo o país, quando a estimativa era de que 7,3 milhões de crianças ainda precisariam ser levadas pelos pais ou responsáveis até os postos de saúde. O público-alvo estimado é de 11,2 milhões das crianças de 1 a menores de 5 anos.

A campanha nacional ocorre junto com a campanha de multivacinação, que visa atualizar a situação vacinal de crianças e adolescentes menores de 15 anos. Nesta última são ofertadas todas as vacinas do calendário nacional de vacinação. A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos e, em casos graves, pode levar a paralisias musculares, em geral nos membros inferiores, ou até mesmo à morte. A vacinação é a única forma de prevenção.

RMVA

Em Ipatinga, a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Mara Fernanda Andrade, observa que o Dia D ocorreu em 17 de outubro, um sábado, para atender aos pais e responsáveis que trabalham durante a semana e não tem como levar as crianças na unidade de saúde. “A grande preocupação em Ipatinga é que não tivemos a adesão necessária. Nosso público-alvo para essa campanha, no combate à pólio, era alcançar 12.500 crianças em média, mas somente 3.200 foram vacinadas até agora, o que é motivo de preocupação. A Secretaria Municipal de Saúde faz esse alerta para a população, é uma campanha que se estenderá até 30 de outubro e conclamamos a população. Quem não procurou uma unidade, que vá às salas de vacina”, pediu.

O munícipio de Ipatinga conta com 18 salas de vacina, 15 delas estão abertas até 21h para atender à população. “Então não vai ser por falta de tempo, há a possibilidade de levar a criança após 17h, 18h, quando os pais saem do trabalho. A criança vacinada está protegida. Não podemos deixar que doenças erradicadas anteriormente, como o sarampo, que voltou a aparecer, retornem de vez, não podemos permitir que a poliomielite volte. Ela traz sequelas para o resto da vida. Todas as crianças de um até cinco anos devem estar vacinadas, é só uma gotinha, não dói. E aqueles até 15 anos de idade devem colocar seu cartão vacinal em dia”, alertou Mara Andrade.

A enfermeira responsável pelo setor de imunização da Secretaria de Saúde de Timóteo, Janeiva Pires, explica que a campanha nacional vai até o dia 30 de outubro, mas no caso do município, que terá ponto facultativo, será até esta quinta-feira no caso da pólio e atualização de cartão, para adolescentes.

“É preciso reforçar a importância de os pais levarem seus filhos às salas de vacina. A cobertura vacinal está baixa. Temos uma população de crianças menores de 5 anos de 4.200 aproximadamente. Até agora foram vacinadas em torno de 1.500, apenas 36% de alcance, o que é considerado baixo, uma vez que a poliomielite é uma doença grave e que não foi erradicada em todos países. Então, se a nossa cobertura continuar assim, a probabilidade de doença retornar e infectar as nossas crianças existe. Temos de estar atentos de forma a evitar que isso aconteça”, frisou.

Fabriciano

A gerente de Vigilância em Saúde em Coronel Fabriciano, Danielle Marise, destaca que o município iniciou a multivacinação em casa, um programa que começou nos bairros Floresta, Caladinho do Meio e Morro do Carmo. “Nossa equipe de vacina leva até o morador. Agora estamos na multivacinação, que é para atualização da caderneta de vacina, para todas as idades, em especial aos adolescentes de 9 a 14 anos. Mas todas as pessoas podem ir das 8h às 16h para atualizar seu cartão de vacina. Essa vacina contra a pólio era administrada nas escolas. Com a pandemia e as aulas presenciais suspensas, a imunização foi mais baixa, um percentual de 57,86%”, detalhou.

Santana do Paraíso encerra nesta quinta-feira a campanha de vacinação contra a poliomielite, sarampo e multivacinação. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o município ainda não atingiu a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que é imunizar 90%. Segundo a pasta, até o momento, das 2.017 crianças, apenas 1.344 foram vacinadas contra a poliomielite, atingindo um percentual de 67,58%. Contra o sarampo, 8.306 pessoas foram imunizadas, até o dia 23 de outubro.
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