CADERNO IPATINGA 2024

28 de outubro, de 2020 | 15:44

O dia do livro é todo dia

Luiz Carlos Amorim *

“A leitura foi e é uma das artes que nos ajuda a enfrentar tempos tão difíceis”

O livro é uma das coisas mais importantes de sempre e que precisamos comemorar e divulgar todos os dias. 29 de outubro é o Dia Nacional do Livro, este objeto mágico que pode trazer no seu interior um mundo de conhecimento, de fantasia, de imaginação. O guardião da história da humanidade, o registro de tudo o quanto o ser humano já fez neste mundão de Deus. O receptáculo de toda a inteligência do homem, até das teorias do que poderá vir a ser o futuro.

É bem verdade que não é tão popular quanto deveria, pelo menos no Brasil, pois ainda é caro para uma grande parcela do nosso povo, mas para quem gosta de ler há alternativas como as bibliotecas municipais, escolares, de clubes e associações, os sebos, etc. Neste ano de pandemia, quando foi preciso primar pelo isolamento social para prevenir a proliferação descontrolada da covid-19, a leitura foi e é uma das artes que nos ajuda a enfrentar tempos tão difíceis. Vendeu-se mais livros, notadamente pela internet, portanto estamos lendo mais. Pelo menos uma coisa boa resulta dessa tragédia mundial: passamos a ler um pouquinho mais.

E o avanço da tecnologia digital, o e-book, ou livro eletrônico, e os leitores eletrônicos - e-readers – ajudaram neste ano tão difícil, pois houve período em que tudo ficou fechado por meses, até as livrarias. A compra virtual foi uma opção valiosa. Vivemos, na verdade, uma revolução cultural. Há uma pequena legião de adeptos do livro eletrônico, no mundo inteiro, embora o livro impresso continue firme na preferência de muitos. Até os mais ferrenhos defensores do livro impresso acabam se rendendo ao e-book, ao livro virtual, pois o trabalho acaba nos impondo o seu uso e acabamos aprendendo a usar os novos recursos. Sou revisor e editor, então acabei me acostumando a ler textos na tela do computador ou do tablet.

De qualquer maneira, o livro impresso, de papel, o tradicional livro como o conhecemos até agora continuará por muito tempo ainda. E por mais que ele mude, ainda continuará a se chamar livro e o objetivo de perenizar e divulgar a cultura e o conhecimento será o mesmo. Certeza é que o livro de papel pode conviver harmoniosamente com o livro eletrônico e vice-versa.

Com a tecnologia da informática a serviço da leitura, a tendência natural é que o hábito de ler se intensifique, pois além de muita obra disponibilizada em e-book na internet, de forma gratuita, além do livro tradicional e do livro digital, temos ainda o áudio livro, que possibilita que os deficientes visuais sejam, também, consumidores de literatura. Aliás, o áudio é uma tendência em ascensão, há plataformas que disponibilizam programas de televisão, noticiários e toda uma gama de opções para se ouvir e a demanda é boa. Então ouvir livros já é uma realidade, não só para os deficientes visuais. Podemos “ouvir” livros enquanto dirigimos, enquanto caminhamos, corremos, fazemos exercíos físicos, etc.

Então talvez devamos comemorar tanta tecnologia a serviço da leitura, mesmo considerando que o livro físico, aquele que podemos folhear, rabiscar e ler sem dependência de nenhuma fonte de energia, a não ser a luz, que pode ser natural, e a vontade de ler, não será extinto. Ao contrário, ele continuará firme, mesmo com todas as outras formas de leitura que existem ou que porventura poderão vir a existir. De maneira que rendo minha homenagem a esse objeto tão importante para o progresso das civilizações em todo o mundo. Vida longa para o livro, como quer que seja concebido.

* Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 40 anos em 2020. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
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Comentários

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Ze de Minas

28 de outubro, 2020 | 19:13

“Tião, o escritor não escreve para um só leitor, e, o segredo de tudo é que a sabedoria e o conhecimento não vêm rotulados,depende de cada um de nós.Somos produtos do meio e o novo se espelha no velho e vice versa, mas foi um bom comentário.”

Tião Aranha

28 de outubro, 2020 | 17:31

“A média anual de leitura de 2,8 livros lidos por ano por cada leitor, ainda é muito pouco. Pra quê escrever livros se a maioria não tem o hábito da leitura?
É que os novos tempos não começam de uma vez: - parto do pressuposto que em novo tempo já vivia meu avô, e meu neto ainda vive no antigo. Vivo aquele velho ditado: "a carne nova come-se com garfos velhos".
Leio os jornais todo dia, só para sentir os sonhos mirabolantes daqueles (como você) que têm a Alma como um templo sem paredes em que penetra o sol de cada lado. Mas a Sabedoria dos humildes tem mesmo que continuar.
O bom seria se cada pessoa tivesse ao mesmo tempo sabedoria e conhecimento; sendo que tudo que é vivido nos 'novos tempos de hoje', senão estivessem ligados nas revoluções burguesas francesas do passado...Pra quem entende um pingo é letra.”

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