26 de outubro, de 2020 | 21:27

Pandemia: estresse pode fazer mal ao coração

O estresse é algo natural. Trata-se de um mecanismo de defesa, quando o cérebro dispara comandos para a produção de hormônios no organismo a fim de reagir diante de uma ameaça à sobrevivência.

Em condições isoladas, essa espécie de resposta não traz prejuízos, pois ajuda o corpo a agir e se defender diante de uma situação específica liberando os chamados “hormônios do estresse”: a adrenalina e a noradrenalina.

Porém, em 2020, o quadro foi agravado pelas mudanças forçadas pela pandemia da Covid-19 nas rotinas de pessoas no mundo inteiro. Casos de estresse têm se tornado mais comuns e perenes.

Quando alguém está constantemente submetido a episódios de estresse, o cérebro dispara ordens que atingem, em especial, o sistema circulatório. Por causa disso, muitos outros problemas podem ser desencadeados. Entre eles, o aumento do risco para pessoas com alguma doença do coração prévia ou histórico familiar. Isso contribui nas estatísticas relacionadas às doenças cardíacas, que são as principais responsáveis por mortes no Brasil, tanto entre homens quanto entre as mulheres.

Portanto, além do tratamento específico para o estresse, o ideal é também procurar um cardiologista e saber que algumas mudanças de vida serão necessárias para prevenir o estresse e garantir mais cuidado com o coração.

Riscos

Uma pesquisa do American Heart Association Journal demonstrou que a atividade cerebral durante os períodos de estresse pode aumentar a dor no peito nas pessoas com doença arterial coronária.

Estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism sobre o assunto aponta que a adrenalina liberada pelo cérebro faz subir os batimentos cardíacos e a pressão arterial; além disso, o cortisol aumenta cinco vezes o risco de morte em quem já tem doenças cardiovasculares.

Uma pesquisa feita na Suécia constatou que o risco de desenvolver diabetes tipo 2 dobra em homens submetidos a altos níveis de estresse.

Outros efeitos descobertos por estudiosos são a redução do calibre dos vasos sanguíneos, espasmos das artérias coronárias, aumento da pressão e desregulação do ritmo das batidas. Essas alterações podem ocasionar crise hipertensiva, falta de ar ou desmaio.

Um trabalho na Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard indicou que as situações estressantes provocam uma produção excessiva de glóbulos brancos no organismo. Elas podem se acumular nas paredes das artérias, reduzindo o fluxo sanguíneo, formando coágulos e elevando o risco de infarto.

Durante crises de estresse, a pessoa pode ter sintomas parecidos com os de um ataque cardíaco, como falta de ar, coração acelerado e transpiração excessiva.

Exames e prevenção

Para cuidar da saúde, tanto mental e quanto do coração, e evitar a sobrecarga e efeitos colaterais no organismo, o ideal é procurar o atendimento especializado. Um psicólogo ou psiquiatra, conforme o caso, vão ajudar a lidar com as demandas do dia a dia.

Não basta tratar a causa, é também necessário cuidar e prevenir as consequências para o coração. Diante dos sintomas relatados, o cardiologista pode pedir um eletrocardiograma (EGC) para verificar se há algum quadro que mereça atenção especial.

No caso de reclamações sobre quadro hipertensivo prévio e ou suspeita relacionada ao aumento do pico de pressão arterial, o paciente pode passar por uma monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa). E se houver sintomas persistentes ligados à arritmia cardíaca, o exame feito com o holter digital pode ser a opção para o diagnóstico preciso.

Após o diagnóstico e o tratamento adequados, o ideal é que a pessoa aprenda a exercitar sua capacidade de reagir às tensões para evitar o acúmulo de estresse. Em geral, são recomendadas atividades físicas regulares, alimentação correta e balanceada, ter hábito de sono adequado, controlar o colesterol e o açúcar, evitar fumar e beber.
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