03 de dezembro, de 2019 | 09:54

Exposição de Vanuza Bárbara na capital

"Uma linha para contar histórias" apresenta coleção inspirada na Estrada de Ferro Vitória a Minas, 100% produzida com reaproveitamento têxtil

Divulgação/Rodrigo Zeferino/Ricardo Alves
A estilista Vanusa Bárbara exibe mostra sua moda no MumoA estilista Vanusa Bárbara exibe mostra sua moda no Mumo
Quem ainda não conferiu a exposição “Uma Linha para Contar Histórias”, da estilista ipatinguense Vanuza Bárbara, tem até sexta-feira (06) para visitá-la no Museu de Moda (MuMo), em Belo Horizonte.

Em exibição desde o dia 30 de outubro na capital mineira, a mostra convida a embarcar na história da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), por meio de uma coleção sustentável composta por 33 peças produzidas integralmente com reaproveitamento de refugos da indústria têxtil.

A coleção foi lançada em agosto deste ano, no Centro Cultural Usiminas, em Ipatinga, e é realizada por meio da Lei Estadual de Incentivo a Cultura.

A relação dos mineiros com o trem de ferro é ponto de partida para “Uma linha para contar história”. Na coleção, Bárbara transforma o trem em um personagem, trazendo as histórias dos mineiros e elementos clássicos de uma viagem de trem com bordados e pinturas nas peças.

Divulgação/Rodrigo Zeferino/Ricardo Alves
Exposição na capital mineira vai até sexta-feira (6)Exposição na capital mineira vai até sexta-feira (6)
“Esta exposição traz parte da minha história com o trem, assim como de outras pessoas que passaram a vida viajando pela ferrovia que liga Minas ao Espírito Santo.

O processo de criação contou também com pesquisas de campo, com colecionadores, historiadores e preservacionistas ferroviários, que mantêm vivas as histórias da ferrovia”, explica a estilista.

Vanuza Bárbara convida os visitantes a fazerem uma viagem em três etapas pela exposição: o embarque, o túnel e a chegada ao destino. O primeiro momento remete à arquitetura das estações ferroviárias, com peças em cores frias e forte presença do cinza e do jeans.

Na segunda etapa estão a escuridão e as depressões provocadas pelas dificuldades da vida, que são representadas em roupas em tons de azul marinho com cortes assimétricos.

E a última fase traz a suavidade e a energia das cores, em tecidos fluidos, traduzindo uma metáfora da flexibilidade e capacidade de ver o futuro com otimismo.

Divulgação/Rodrigo Zeferino/Ricardo Alves
Costureiras e bordadeiras de Ipatinga participam do projeto Costureiras e bordadeiras de Ipatinga participam do projeto
Sustentabilidade
A temática socioambiental marca a carreira da estilista Vanuza Bárbara, que há 22 anos trabalha em coleções reutilizando tecidos descartados pelas indústrias, além de utilizar técnicas visando o mínimo impacto ambiental.

A artista visual também incentiva o desenvolvimento da economia criativa, com a participação do Grupo de Bordadeiras Fazendo Arte em suas coleções, proporcionando uma alternativa de geração de renda para as 30 integrantes do grupo ipatinguense.

"Criatividade é o principal ingrediente para quem trabalha com o reaproveitamento. Geralmente, estilistas pensam um modelo, desenham, compram o material necessário e produzem.

Eu me proponho a ressignificar retalhos que recebo da indústria. Vivo o desafio constante de montar o 'quebra-cabeças', com a participação de costureiras e bordadeiras da nossa cidade, transformando o refugo têxtil em coleções que contam histórias", declara Bárbara.

SERVIÇO
Exposição “Uma linha para contar história” - Vanuza Bárbara (MG)
Até sexta-feira (12) - de 9 às 21h
Museu da Moda – MuMo
Rua da Bahia, 1149, Centro - Belo Horizonte
Entrada gratuita
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