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08 de agosto, de 2020 | 00:01

Rumo ao título

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
A vitória e classificação do Galo sobre o América foi merecida e lhe garantiu o direito de enfrentar o Tombense na decisão do Campeonato Mineiro, já programada para os dias 26 e 30 deste mês.
O Tombense fez uma excelente campanha na fase de classificação, e por conta disso, terá a vantagem de jogar com o Atlético por dois empates ou dois resultados iguais.

Não acredito, entretanto, que terá forças para resistir ao maior poderio do Galo de Sampaoli, a não ser que o foco do alvinegro se volte totalmente para o Brasileiro, que vai estar em pleno andamento e se tornou o único e maior sonho de consumo da equipe nesta temporada.

Há muito tempo os Estaduais não empolgam ninguém, não servem de parâmetro para avaliar o estágio técnico e tático dos chamados “grandes”, mas vencê-lo virou obrigação, enquanto para quem perde se torna às vezes um estorvo grande, com repercussões negativas de proporções incalculáveis.

Virar a chave
Em meio ao ápice da pandemia do novo coronavírus no país, havendo a expectativa de atingir 100 mil mortos já neste fim de semana, o Campeonato Brasileiro começa hoje, tendo o agravante de vários jogos adiados em razão de decisões nos estaduais.

Sem dúvida, a grande expectativa fica por conta do que irá acontecer no Maracanã, às 16h, onde o atual campeão, o Flamengo, agora dirigido pelo catalão Domènec Torrent, vai jogar contra o Atlético, comandado pelo argentino Jorge Sampaoli.

Apesar de ainda não ter dirigido um time grande, no mesmo patamar do Flamengo, o novo técnico do rubro-negro tem no currículo uma invejável parceria, tendo vivido um bom tempo como primeiro auxiliar do melhor treinador do mundo, Pep Guardiola.

Certamente ele terá algumas dificuldades no começo, devido às comparações inevitáveis com o trabalho realizado por seu antecessor, o português Jorge Jesus, que deixou um time muito organizado e ganhou praticamente todos os títulos que disputou na temporada passada.

O Galo foi quem mais contratou durante a parada provocada pela pandemia, tendo investido cerca de R$ 120 milhões em reforços, a maioria atendendo pedidos do argentino Sampaoli, que, mesmo sem ter um elenco forte como o do Flamengo, levou o Santos ao vice-campeonato em 2019.

Agora Sampaoli tem à sua disposição peças que foram escolhidas por ele mesmo, o que aumenta sua responsabilidade e coloca a autoestima do torcedor atleticano nas alturas, confiante de que desta vez o Galo irá realmente brigar na cabeça e quebrar o incômodo jejum do um título nacional, que não é conquistado há longos 49 anos.

FIM DE PAPO
• Pep Guardiola escreveu em “A Evolução”, um dos seus livros mais vendidos, que o “campeonato de pontos corridos se ganha nas dez primeiras e dez últimas rodadas”. Portanto, começar bem significa muito para quem vai enfrentar um campeonato longo, equilibrado e difícil como o Brasileiro. Depois é a arrancada final nas dez últimas rodadas, quando as equipes da ponta costumam cair de produção fisicamente, devido à disputa de várias competições paralelas. No caso do Atlético, por ter sido eliminado na Sul-Americana e Copa do Brasil, a equipe vai levar esta vantagem sobre os demais concorrentes, podendo se concentrar apenas na disputa do Brasileiro.

• Em 2019, assim como a maioria dos colegas da crônica esportiva, citei o Cruzeiro aqui neste espaço como uma das equipes que iria brigar pelo título. Deu no que deu e o time celeste acabou rebaixado. Por isso mesmo, desta vez, como diria o amigo jornalista, escritor e embaixador de Caratinga, Flávio Anselmo, “vou guardar a minha boca pra comer a farinha depois”.

As dez primeiras rodadas é que vão indicar as equipes que de fato vão brigar pelo título ou vagas na Libertadores, bem como os que vão figurar no meio da tabela, sonhando com a Copa Sul-Americana. A prateleira de baixo também promete ser bastante concorrida, pois os times do Nordeste, normalmente candidatos ao rebaixamento, estão bem melhor estruturados e poderão surpreender.

• A turma da prateleira de baixo do Brasileirão da Série A tem, a princípio, fortes candidatos a ficar por lá, como o Atlético Goianiense, Coritiba, Sport Recife e, se bobear, até o Red Bull/Bragantino. Os que formam o trio carioca, Botafogo, Fluminense e Vasco da Gama, sempre enrolados com graves problemas financeiros, são uma incógnita, e não me assustaria se viessem a figurar desde o começo no grupo do choro e ranger de dentes.

• Começou ontem a Série B para Cruzeiro e América, que estrearam, respectivamente, contra os paulistas Botafogo e Ponte Preta. Os dois representantes mineiros são considerados favoritos ao acesso à Série A, mas acho cedo também para qualquer prognóstico.

Muita água ainda vai passar debaixo da ponte, porém, o Cruzeiro começa a disputa prejudicado devido à punição imposta pela Fifa, pelo não pagamento da dívida com o Al-Wahda, que lhe rendeu seis pontos negativos. Acostumar-se logo ao estilo muito mais físico da Série B é outro desafio, mas o técnico Enderson Moreira, que já foi campeão desta competição com Goiás e América, sabe muito bem o terreno onde pisa, e por isso merece o crédito da torcida celeste. (Fecha o pano!)
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