13 de julho, de 2020 | 17:13

''É cedo para afirmar que estamos no pico ou que podemos vir a sair dele'', diz secretário de Saúde

Durante coletiva virtual, foi informado ainda que Vale do Aço já teve taxas piores de contaminação por covid-19

Reprodução
Entrevista coletiva foi concedida virtualmente, na tarde desta segunda-feira Entrevista coletiva foi concedida virtualmente, na tarde desta segunda-feira

O secretário de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, e o chefe de gabinete, João Pinho, concederam coletiva virtual, na tarde desta segunda-feira (13). Na oportunidade, foram abordadas as ações do Governo do Estado no enfrentamento ao novo coronavírus (covid-19). O titular da pasta de Saúde destacou que não é possível cravar quando ocorrerá o pico da epidemia e voltou a pedir a colaboração da população com as medidas de proteção.

Anteriormente, no dia 2 de julho, o secretário havia informado que a previsão do Governo de Minas era de que o pico ocorreria em 15 de julho, esta quarta-feira. Já na tarde de ontem, disse que o que tem sido chamado de pico nada mais é do que projeções, no sentido de sinalizar qual é o momento em que haverá maior estresse dentro da rede de assistência e qual o caminho que a epidemia está tomando.

“De uma forma geral, o que vemos é que é importante acompanhar a realidade, o que está acontecendo dia a dia. Para se concretizar ou não o que foi feito de projeção, temos vários fatores que interferem, como adesão ao isolamento e a forma e quantidade de transmissão dos casos. O que entendemos então é que, efetivamente, estamos tendo um aumento de casos, que vem seguindo proteções e que nessa semana mostram que teremos um volume grande. Mas se isso será o pico realmente, se não, ou se em vez de termos um pico teremos um platô - que indica a situação de um pico contínuo, com estabilidade de indicadores-, teremos de acompanhar”, avalia Carlos Eduardo Amaral.

Ainda conforme o secretário, em alguns lugares do mundo foi observado um pico, um aumento de casos pontual e depois desse momento uma queda abrupta. Em outros locais foi constatado um platô, com aumento de casos mantido dentro de um nível ao longo do tempo. Ele pondera que é fundamental que se mantenha a atenção, sabendo que há projeção para essa semana, que pode ser de pico, mas que só saberemos disso no futuro.

“Está muito cedo para afirmarmos que estamos no pico ou que podemos vir a sair dele. Só saberemos se estivemos quando começarmos a ter a redução de casos. Todas as projeções se baseiam em realidades que acontecerem em outros países e podemos ter cenários diferentes em Minas Gerais. Como o Estado teve um incremento de casos bem mais lento do que outros estados e países, é possível que tenhamos um número maior de casos e depois uma discreta redução e mantenhamos o platô. Isso provavelmente será uma tendência do Estado, o problema é que não sabemos se já estamos chegando nesse momento do pico com a manutenção do platô”, salienta.

Carlos Eduardo esclareceu que a projeção do pico quer dizer que haverá um número maior de casos e está dimensionado dentro do que foi a expansão da rede de estrutura da saúde e do número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e clínicos, em Minas. Lembrou, ainda, que nesta semana serão colhidos frutos do que foi o isolamento social nos últimos 14 dias e não simplesmente na última semana.

“O que teremos agora foi fruto do isolamento anterior, tivemos adesão de muitos municípios, no sentido de aumentar o isolamento. Queríamos que não tivéssemos um pico, que é mais ou menos o que está sendo sinalizado, teremos um aumento de casos, mas não provavelmente um pico muito grande e sim um platô, com incidência de casos, mais ou menos no mesmo nível, por alguns dias. Então, o que fizemos lá atrás para tentar evitar o pico, teremos a repercussão. A expansão de leitos está sendo dia a dia, anunciamos novos ventiladores, leitos entraram em operação e tudo isso no sentido de ter um controle melhor nos momentos em que teremos mais casos”, afirmou o secretário.

Alerta

Diante da possibilidade do aumento de casos da doença, o secretário de Saúde pediu que a sociedade mantenha o uso de máscara e que se cuide, assim estará cuidando de seus parentes, pessoas próximas e de toda a comunidade, levando-se em conta que, dentre os infectados, muitos terão complicações com os efeitos do novo coronavírus no organismo. “Precisamos exercitar a solidariedade e o cuidado mútuo”, enfatizou.

Em boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (13), Minas Gerais contabilizava 76.822 casos confirmados de covid-19; 24.697 casos em acompanhamento; 50.510 casos recuperados e 1.615 óbitos confirmados.

Taxa de contaminação no Vale do Aço

Questionado sobre as taxas de contaminação do Vale do Aço, o chefe de gabinete, João Pinho, destacou que a Secretaria de Estado de Saúde, junto ao governador (Romeu Zema), acompanha os dados de todas as macrorregiões e todas são alvo de preocupação. Segundo ele, o Vale do Aço já esteve em momentos piores do que o atual, em relação à taxa de contaminação.

“Temos até agora um refino dessa informação por microrregião. Toda macro é composta por microrregiões e as taxas de contaminação da macro Vale do Aço são de 1.19, para a micro de Coronel Fabriciano, e 1.09 para a micro de Ipatinga. Já estivemos em patamares piores, promovemos várias reuniões com as macrorregiões para apresentar dados e desenvolver estratégias em comum e tivemos retorno, agora temos indicadores um pouco mais brandos”, frisou.

João Pinho esclarece que a ocupação de leitos é de cerca de 87% de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 71% de enfermaria. Segundo ele, foram abertos na região 95 novos leitos, partindo de um patamar de 73 leitos para 168, o que classificou como um aumento expressivo e, em termos percentuais, maior do que outras regiões. “Precisamos acompanhar esses dados, porque mudam cotidianamente, e assim tomar as melhores medidas, o governo e os gestores municipais, da melhor forma. Já estivemos em momento um pouco pior, mas isso não significa que devemos baixar a guarda em relação à taxa de isolamento e às medidas sanitárias para que não tenhamos uma piora, como já tivemos no passado”, alertou.
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