13 de julho, de 2020 | 16:00

Contagem regressiva

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
O fim de semana foi o penúltimo antes do reinício do Campeonato Mineiro, paralisado no dia 15 de março em razão da pandemia do coronavírus. Os nossos principais clubes - América, Atlético e Cruzeiro - já estão treinando há cerca de dois meses, compondo, ao lado do Tombense e do Boa Esporte, o seleto grupo dos times do estado com uma agenda de jogos viável no segundo semestre.

Este cinco, portanto, terão clara vantagem sobre os demais concorrentes, que só retomaram as atividades na semana passada e terão pouco mais de 20 dias de preparação.

Mesmo assim, considero muito pouco provável que o Tupinambás, de Juiz Fora, e o Villa Nova, de Nova Lima, consigam sucesso em uma ação impetrada no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), pedindo o adiamento do reinício da competição, além do não rebaixamento este ano, o que torna a iniciativa de ambos um tanto quanto suspeita, uma vez que ocupam as duas últimas posições na tabela, sendo candidatíssimos ao descenso.

Mundo real
Após os treinos da última sexta-feira (10), os três ‘grandes’ da capital testaram os seus grupos para Covid-19 e deram folga a todos até ontem, quando retornaram aos seus respectivos Centros de Treinamentos, passando por novos testes, etc, etc...

Este é o maior gargalo do protocolo de medidas do futebol para evitar a infecção pelo novo coronavírus, pois é quando os jogadores e demais integrantes do elenco têm contato com o mundo real, família e amigos, quando alguns desafiam o perigo e relaxam o isolamento, podendo até comprometer todo o trabalho realizado.
No caso específico dos nossos três ‘grandes’ da capital, os casos de contaminação pela Covid-19 foram relativamente poucos, todos controlados com eficiência pelos seus respectivos departamentos médicos.

O Coimbra, clube-empresa com sede em Contagem, Região Metropolitana de BH, voltou aos treinos na última semana e, logo de cara, após a realização dos primeiros testes, descobriu que três jogadores do seu elenco haviam testado positivo para a Covid-19, além de outros três integrantes do grupo terem tido resultados inconclusivos.
Nós torcemos para que não aconteça o pior, mas é claro que não há uma segurança absoluta por parte de ninguém, por mais rigoroso e sério que seja o controle, pois embora muitos pensem o contrário, o futebol não é uma ilha, não é uma exceção, não está imune aos efeitos desse vírus.

FIM DE PAPO
• Minutos antes do Fla-Flu de anteontem, no Maracanã, o atacante tricolor Welington Silva, que se mostrava assintomático, recebeu a notícia de que seu teste havia dado positivo para a Covid-19 e foi afastado do jogo. Porém, quem garante que ele não infectou algum companheiro antes disso, e que este novo afetado não tenha contaminado outros colegas e mais outros, até mesmo adversários no contato direto dentro de campo? Isso dá o que pensar, mas só o tempo dirá...

• Em Santa Catarina aconteceu coisa muito pior. Os clubes fizeram testes em seus jogadores e comissões técnicas na última terça-feira e jogaram na quarta, mas só tiveram os resultados dos exames na sexta-feira, quando descobriram que vários dos testados estavam positivados para o novo coronavírus. Só na Chapecoense foram 14, entre atletas e membros da comissão técnica. O governo de Santa Catarina precisou intervir e cancelar os jogos, paralisando novamente o campeonato catarinense.

• Pela seriedade e competência dos profissionais que atuam nos departamentos médicos de América, Atlético e Cruzeiro, não acredito que permitam uma falha assim tão grave como vimos acontecer em Santa Catarina. No entanto, por razões econômicas mais do que conhecidas, além da falta de estrutura física e da inexistência de apoio efetivo por parte da Federação Mineira de Futebol, não coloco a mão no fogo pelo que poderá acontecer em relação aos clubes do interior do estado.

• Os catarinenses passaram o carro na frente dos bois e colocaram vidas em risco. O Brasil já ultrapassou a triste e fatídica marca de 72 mil mortos por coronavírus e continua subindo. É compreensível que, por razões econômicas e de sobrevivência, o futebol queira voltar o mais rápido possível. O que não pode é atropelar a realidade, queimar etapas como fizeram os catarinenses, sob pena de haver retrocesso, cujas consequências são ainda piores. (Fecha o pano!)
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